domingo, 29 de março de 2009

Alguém tem a receita do sono?

Semanas acordando as seis.
Sábados e domingos também tem seis horas da manhã.
Acordo sempre.
Depois, lá pelas 7, tem barulho de jornal, tem gente varrendo a rua.
Não tem mais sono, tem mais som.
Quanto mau humor pode haver numa manhã bonita?
Hoje acordei com filme bobo, um açucar, que faz rir uma risada pequena, e faz pensar mesmo nas bobices.

segunda-feira, 16 de março de 2009

A trilha

É aquela "realmente" antiga história de Heraclito sobre banhar-se duas vezes no mesmo rio...que a água nunca será a mesma e eu acho que o homem também não.

Andando pelas mesmas ruas de antes, não é mesmo a mesma cidade e embora toque a mesma música no fone de ouvido, as mesmas notas, nada faz parte da trilha.

"Não, eu não sambo mais em vão
O meu samba tem cordão
O meu bloco tem sem ter e ainda assim
Sambo bem à dois por mim
Bambo e só, mas sambo, sim
Sambo por gostar de alguém, gostar de..."

Hoje tudo toca de uma maneira diferente. Tudo.. até White stripes, a única deles no meu som.

"Você precisa tomar um sorvete...que ela é minha menina...Love is all you need...But if you please, Mr.Sun, don't take away my...E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola...Dizendo baixinho...morreu, morreu, morreu, oh...e o mar quando quebra na praia..."

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Carnaval em Piedade!

Se a alegria do carnaval fosse medida pelo preço das alegorias, pelo quesito fantasia, seria tão fácil eleger o Rio como a cidade mais feliz...A alegria no interior seria tímida, opaca. Ainda bem que não se mede alegria assim.
Assisti muito pouco das escolas de samba deste carnaval pra gringo. Este ano fui pular no interior, e nem precisei sair pra longe, pegar estrada, engarrafamento...
Peguei a roupa confortável, o short jeans velho e surrado, a filha, o amor e a máquina fotográfica.



Peguei também uma gripe, mas isso não estragaria o carnaval que estaria por vir.
Foi tudo tão bonito, tanta gente misturada que eu quase não reconhecia ali. Muitos sorrisos, muitas cores...
Por um momento me vi num carnaval antigo, com pessoas da paz. Por um momento me vi pensando que tem muita coisa possível na união.
Por um momento, claro.

E a rua não era mais a mesma rua de todos os dias, com os atritos e os desgastes da rotina, a rua estava entregue ao feriado, a rua era de todo o mundo, até mesmo daqueles que não a querem nos outros dias, era uma rua toda fácil.
O céu trouxe nuvens da infância com cara de cachorros e pirulitos.
Muita energia circulando, muita gente se abraçando. E a bateria pulsava, alguns a tratando com a tranquilidade de um malandro, outros com um pouco mais de esforço...e assim se fazia a festa no interior...
...Nas trincheiras da alegria o que explodia era o amor.

domingo, 11 de janeiro de 2009

Enladeirada - Jorge du Peixe

Nas minhas curvas esquinas
Vivem desejos que fogem das mãos
Fazendo o coração
Corar de vez

O lugar onde você deve chegar
O endereço onde você vai ficar
A minha avenida você vai andar
E agora eu já sou o seu lugar

Dentro de mim
Você vai morar

O perfume agora é quem vai mandar
O caminho é certo e não tem como errar
Vou enladeirar as guias desse seu lugar
Você não vai se perder
Eu vou lhe achar

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Let the seasons begin - it rolls right on

Início, início...tudo tão velho.

Acabo de acabar com tantas coisas, mas é início.
A estação deve começar, e embora eu possa ficar apenas observando e vendo as flores surgirem ou não, é assim que começo, apenas terminando.

Sabe que de todos os finais de ano, este foi o que eu nem percebi? Os fogos pipocavam no céu, as pessoas se abraçando, festejando algo. Apenas observei, tirei algumas fotos, é verdade. Fotos de outras vidas.


Ontem, enquanto assistia ao jornal com todos aqueles estilhaços, Ana Clara me perguntou se aquilo era filme, se era mentira. Eu respondi que sim. Por que nunca sei o que dizer, ando levando a vida como em "La vita è bella".

E embora haja tantas tristezas, permaneço numa felicidade sem euforia, e parece inadequado dizer-se feliz em 2009, olhando a capa da folha de hoje.

Realmente é inadequado engolir o papai noel de dezembro, as mandingas de janeiro, a praia, enfim.

E o texto vai ficando assim adolescente, todo se encaixando num mundo. Talvez eu seja esta aí, a melancolia.

O jornal de hoje nem embrulhará nada amanhã, ele vai para o lixo, para a chuva do mês que vem.

A Ana Clara vai para a escola de sempre, a particular e retrógada, vai para o ballet. Eu vou dar aulas, eu vou fazer francês, vou cultivar um mestrado. É dia qualquer.

Ps.:And it rips through the silence, all that is left is all that i hide.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008